domingo, 5 de agosto de 2007

Desenvolvimento sustentado VS. Desenvolvimento sustentável

Todos nós já ouvimos falar de desenvolvimento sustentado, aquele que depende em grande parte de factores exógenos a ele próprio. Pretende-se com ele uma utilização mais racional dos recursos naturais, de forma a possibilitar uma evolução económica sã e que não prejudique o ambiente. Torna-se um objectivo de difícil concretização,devido ao clima geral de globalização a que cada vez mais se tem vindo a assistir. Mas será a mesma coisa este conceito e o de desenvolvimento sustentavel? Aparentemente parecem idênticos em sentido, mas na verdade não o são. Desenvolvimento sustentável é aquele que se sustenta por si próprio não se encontrando dependente de quaiquer elementos exteriores. O desenvolvimento não está apenas conexionado com o crescimento económico, mas sim com a articulação deste com os problemas sociais e, mais recentemente ambientais. É urgente racionalizar a utilização dos recursos naturais e preservar o nosso ambiente de forma a não prejudicar as gerações vindouras. Não se trata de enfatizar o ambiente em relação à economia ou à sociedade, mas sim de fazer uma mediação entre todos com vista a uma evolução no mesmo sentido.
Esta é uma preocupação não apenas nacional, mas também a nível europeu. Aliás, foi exactamente na Cimeira da Terra de 1992 que surgiu a iniciativa de criar um plano nacional de desenvolvimento. Adoptou-se nesta mesma cimeira a chamada Agenda 21 que incitava os Estados a aplicarem os planos supracitados mediante uma harmonização entre as politicas económicas, sociais e ambientais.
Em Portugal existe uma estratégia nacional de desenvolvimento sustentável que até 2015 pretende obter resultados concretos e satisfatórios em termos de competição e evoluçao económica,social e ambiental no quadro da União Europeia.
Será necessária uma cooperação de todos os actores sociais, do todos os cidadãos nacionais para que este plano se concretize da melhor forma. A economia terá de abrir portas à conciliação com o ambiente, permitindo a sua evolução sem que aquele se desgaste. E de que forma pode ser feita esta mediação? Bem, teremos de apostar em energias renováveis, em formas mais eficientes de eliminar substâncias tóxicas e perigosas, reduzir os resíduos existentes nas fábricas, tratamento de gases, das àguas,etc. Tudo isto sem que diminuam os lucros, a eficiência e eficácia económicas. Apresenta-se-nos como exemplo desta mediação, o Protocolo de Quioto discutido em 1997. O seu principal objectivo prende-se com o esforço por parte dos Estados parte para a diminuição da emissão de gases, sendo esta uma das causas do aquecimento global. Entrou em vigor em 2005, propondo-se aos Estados que diminuam até 2012, pelo menos 5.2% dos gases poluentes que são emitidos. A reduçaõ daqueles far-se-á em várias etapas: reformar os sectores de energia e transportes, apostar fortemente nas energias renováveis, reforçar a qualidade dos mecanismos financeiros e de mercado,limitar emissões de metano e proteger as florestas.
Se tudo for levado a cabo da forma mais favorável, prevê-se que a temperatura global se reduza entre 1.8ºC e 5.8ºC. Uma mudança bastante significativa! E é por isso que todos nós devemos contribuir para que tudo isto seja possível. É mister empreender uma sensibilização de toda a sociedade para estes problemas que nos assolam hoje e, se não desaparecerem, continuarão por muito mais tempo até ser tarde de mais para fazer o que quer que seja!

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